O especialista disse que esta sessão, que decorreu no dia 30 de julho, englobou vários tipos de situações, entre elas a capacidade que as pessoas têm de melhoria da qualidade de vida no mundo ocidental, fundamentalmente, com o acesso às terapêuticas atuais e de long-acting. “O impacto que tem na qualidade de vida das pessoas é muito bom. Sabemos que lhes vai permitir uma evolução favorável, em que o estigma tende a diminuir e estas tendem, cada vez mais, a assumir um papel de vida normal das suas relações pessoais e profissionais.”
No simpósio foi, também, dado a conhecer o impacto destas inovações terapêuticas, em países subdesenvolvidos ou em vias de desenvolvimento, como em África e no Sudoeste Asiático. “Constatou-se que a quantidade de pessoas que vivem com VIH controlado e que dispõem de atividades ditas “normais” é crescente”, observou o Dr. Correia de Abreu, sublinhando que “a eficácia, segurança e a tolerabilidade das terapêuticas atuais”, na medida em que têm “permitido uma cada vez maior integração na comunidade” e, neste aspeto, o “indetetável = intransmissível (I=I) ” foi dado como exemplo desse regresso ao “normal” durante as intervenções.
No entanto, e em relação ao I=I, saliente-se que a informação que é transmitida à população PVVIH e, tal como foi referido, segundo o infecciologista do Hospital Pedro Hispano, “entre a comunidade homo e bissexual masculina ainda não há uma grande consciencialização” sobre essa mesma informação que é disponibilizada e que tal, também tem impacto nesta “qualidade de vida”.
Outra constatação dos oradores que o Dr. Correia de Abreu apontou foi o facto de a qualidade de vida das PVVIH ser “cada vez mais comparável” às das pessoas que não infetadas pelo VIH. “É importante porque estamos a falar de uma situação que tem sido preponderante em termos de evolução, e que sem dúvida se deve às terapêuticas desenvolvidas.”
Na opinião do infecciologista, esta foi uma sessão “muito boa do ponto de vista prático”, onde foi destacada “a importância dos trabalhos comunitários em África e lugares culturalmente menos desenvolvidos”. E, relativamente aos sucessos apresentados, foi demostrado “todo o trabalho que tem sido feito para que as PVVIH usufruam dessa vida mais dita “normal””.
O Dr. Correia de Abreu rematou fazendo referência às “medidas da comunidade, no sentido de rastrear o mais precocemente possível a população” que foram mencionadas na sessão e sublinhou o “cariz social muito forte” do Congresso, com a forte presença das várias associações de base comunitária.