O Dr. Paul De Lay, especialista e consultor em saúde global para a UNAIDS, abriu a sessão com o tema “Are the 2025 targets entirely different from the 2020 targets? If so, how? Do they offer better possibilities than the 2020 targets for better addressing of inequalities in service access” e abordou três questões: Porque foram feitas mudanças nos alvos da “Fast Track Response Strategy”? Quais são as principais diferenças na recalibração das metas para 2025? Estaremos a começar a ver que essas mudanças fizeram a diferença?
Tal como ficou patente durante o simpósio, os alvos “fast-track” para 2020 não foram atingidos “em grande parte devido a grandes desigualdades no acesso a serviços de prevenção, tratamento e apoio em populações-chave”. Assim, a recalibração dos alvos para 2025 tem como foco o combate às desigualdades no “acesso à prevenção primária e ao tratamento eficaz e sustentável:
• Metas explícitas para populações-chave e vulneráveis adaptadas a cada país, a serem medidas rotineiramente;
• Maior granularidade de dados para obter informações sobre populações-chave e vulneráveis, incluindo percentagem de serviços prestados por organizações comunitárias (as metas "30-80-60");
• Como parte do foco nas desigualdades, foram adicionados os três "10's": menos de 10% dos países terem leis e políticas punitivas; menos de 10% de experiência de estigma e discriminação; menos de 10% a vivenciar desigualdade de género e violência;
• Integração estratégica incorporada de serviços como algo fundamental para ampliar o acesso.
Toda a informação referente aos novos alvos estabelecidos pela UNAIDS para 2025 podem ser consultados no site oficial: https://aidstargets2025.unaids.org/.
“How can governments most effectively use the 2025 targets for better health outcomes? Can they help prioritize areas where it matters most?” que serviram de base à palestra da Dr.ª Aleny Couto, chefe do programa de DST e HIV/AIDS do Ministério da Saúde de Moçambique, que discutiu as maneiras pelas quais os governos podem usar os alvos de 2025 para melhorar os resultados de saúde, tendo encorajado os mesmos a “desenvolver metas com os responsáveis para alcançá-las: provedores, partes interessadas, doadores e parceiros”.
“Realizar análises aprofundadas e com regularidade de dados para entender o desempenho, melhorar o conhecimento do respetivo estado epidemiológico e impulsionar os processos de planeamento; estabelecer metas em resposta ao que é necessário para alcançar o controlo epidémico (melhoria dos serviços); definir metas tendo em conta o contexto real e o que foi alcançado em 2020, com base na recolha de dados (em papel ou em sistemas eletrónicos)” foram as propostas da Dr.ª Aleny Couto para os governos atingirem os alvos para 2025.
Finalmente, a Dr.ª Judy Chang, diretora executiva da International Network of People who Use Drugs (INPUD), procurou responder às perguntas “Are the 2025 targets a better tool for addressing HIV among key populations than the fast-track targets? How can communities best leverage the targets to ensure that the response focuses on where we can make the biggest difference?”, numa sessão que pode ser visualizada por qualquer pessoa inscrita na AIDS 2022 através do seguinte link: https://bit.ly/3JIEsUf.